sexta-feira, 24 de abril de 2009

De liberdade...



No dia seguinte ao Dia Mundial do Livro e, simultaneamente, na véspera de se comemorar a liberdade em Portugal, "peço" a Eugénio de Andrade que fale de...


As palavras

"São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?"

Eugénio de Andrade

Porque a palavra, em ditadura, é a primeira a ser aprisionada...

1 comentário:

Paula disse...

Ficou magnífico o poema de Eugénio de Andrade com o que disseste sobre a "palavra" em ditadura.

Adorei

Abraço