Passei os olhos pela minha estante (que começa a entrar no estado de lotada, a caminho de super-lotada) e não resisti a pegar neste livro. É aliás inevitável e irresistível, de vez em quando, voltar a ele.
É uma colectânea de 34 depoimentos de personalidades com mais de 70 anos que têm "como suporte do nome que ostentam o mérito do trabalho desempenhado nas respectivas áreas, mesmo se têm escassa exposição pública, por ser essa a sua vontade, ou por ser esse o resultado de uma época devoradora de frágeis ícones populares cujo único feito é o de aparecerem nas televisões sem outra virtude que não seja a de lá terem estado." (Valdemar Cruz).
É uma colectânea de 34 depoimentos de personalidades com mais de 70 anos que têm "como suporte do nome que ostentam o mérito do trabalho desempenhado nas respectivas áreas, mesmo se têm escassa exposição pública, por ser essa a sua vontade, ou por ser esse o resultado de uma época devoradora de frágeis ícones populares cujo único feito é o de aparecerem nas televisões sem outra virtude que não seja a de lá terem estado." (Valdemar Cruz).
Fui lendo os depoimentos salteados, ao sabor do momento, à semelhança do que faço sempre que volto a este livro. Todos valem a pena, mas conforme o meu estado de espírito, há dias em que me apetece mais "ouvir" uns do que outros.
Todos acabam por dar lições de vida, ao deixarem um testemunho de um ou mais momentos que viveram.
Alguns surpreendem-nos à partida e à chegada - por exemplo, o poeta António Ramos Rosa começa com a espantosa frase "Lamento ter nascido." e termina com um plácido "A vida não me ensinou nada."... mas entretanto deu-nos o retrato de si. Em sentido contrário, o Professor Moniz Pereira inicia com um categórico"Gostei muito de ter nascido." e conclui "A vida ensinou-me tudo quanto sei. Por isso digo que estou muito satisfeito por ter nascido.". E que dizer do testemunho da fadista Argentina Santos que começa com um "Gosto de mim." e termina com "Sinto-me orgulhosa pela minha vida".... E a voz de Eunice Muñoz que inicia "Sou pouco terna" e conclui "Ela era uma mãe extraordinária e eu não soube corresponder a essa bondade, a essa dedicação". E a Professora Helena Rocha Pereira que começa com "A dificuldade de ser mulher manteve-se ao longo de toda a minha vida." e fecha com "A vida ensinou-me que, e cito um provérbio grego, as coisas belas são difíceis." E tantos outros testemunhos...o Mestre Manoel de Oliveira, o Nobel José Saramago, o grande senhor do teatro Ruy de Carvalho, a magnífica Agustina Bessa-Luís... e por aí fora.
Ao escrever este texto descubro uma nova leitura para este livro. Se lermos o princípio e o fim de cada depoimento, temos, logo aí, lições de vida! Mas, se nos aventurarmos pelo que dizem entretanto, então vamos constituindo uma verdadeira enciclopédia.
Se alguém ainda tinha dúvidas quanto a isso, este livro constitui a prova de que não há futuro sem passado. O legado que os mais antigos (os "anciãos" a quem a cultura grega reconhecia grande autoridade) nos deixam enriquecem o nosso presente e dão-nos pistas para o futuro, pelo menos para todos aqueles que já perceberam que andamos na vida para aprender, quer tenhamos 10, 30 ou até 100 anos.
Todos acabam por dar lições de vida, ao deixarem um testemunho de um ou mais momentos que viveram.
Alguns surpreendem-nos à partida e à chegada - por exemplo, o poeta António Ramos Rosa começa com a espantosa frase "Lamento ter nascido." e termina com um plácido "A vida não me ensinou nada."... mas entretanto deu-nos o retrato de si. Em sentido contrário, o Professor Moniz Pereira inicia com um categórico"Gostei muito de ter nascido." e conclui "A vida ensinou-me tudo quanto sei. Por isso digo que estou muito satisfeito por ter nascido.". E que dizer do testemunho da fadista Argentina Santos que começa com um "Gosto de mim." e termina com "Sinto-me orgulhosa pela minha vida".... E a voz de Eunice Muñoz que inicia "Sou pouco terna" e conclui "Ela era uma mãe extraordinária e eu não soube corresponder a essa bondade, a essa dedicação". E a Professora Helena Rocha Pereira que começa com "A dificuldade de ser mulher manteve-se ao longo de toda a minha vida." e fecha com "A vida ensinou-me que, e cito um provérbio grego, as coisas belas são difíceis." E tantos outros testemunhos...o Mestre Manoel de Oliveira, o Nobel José Saramago, o grande senhor do teatro Ruy de Carvalho, a magnífica Agustina Bessa-Luís... e por aí fora.
Ao escrever este texto descubro uma nova leitura para este livro. Se lermos o princípio e o fim de cada depoimento, temos, logo aí, lições de vida! Mas, se nos aventurarmos pelo que dizem entretanto, então vamos constituindo uma verdadeira enciclopédia.
Se alguém ainda tinha dúvidas quanto a isso, este livro constitui a prova de que não há futuro sem passado. O legado que os mais antigos (os "anciãos" a quem a cultura grega reconhecia grande autoridade) nos deixam enriquecem o nosso presente e dão-nos pistas para o futuro, pelo menos para todos aqueles que já perceberam que andamos na vida para aprender, quer tenhamos 10, 30 ou até 100 anos.
2 comentários:
Adorei esta opinião!
Parece-me ser um excelente livro de "conforto" e reflexão.
Que belo texto Maggie.
É primeira vez que passo por aqui e vou acompanhar por que gostei muito mesmo.
Me deu uma imensa vontade de ler esse livro,vou procurar.
Você escreve muito bem.
Grande beijo.
Enviar um comentário