sábado, 21 de fevereiro de 2009

"As mãos são as folhas dos gestos"


Embora os livros sejam as minhas leituras de eleição, a verdade é que leio muito mais que livros. A leitura e a escrita fazem parte de mim, talvez por isso tenha escolhido ser professora de Português.
Assim, uma das revistas que mais gosto de ler é a revista "Visão", pelos artigos, reportagens, crónicas, imagens... Eis senão quando na revista desta semana, nesta noite de sábado, mergulho na crónica de António Lobo Antunes. O enigmático, temperamental e genial Lobo Antunes cujas crónicas umas vezes me encantam, outras vezes não tenho disposição para ler. A crónica desta semana - "As mãos são as folhas dos gestos" - é das que me encantam.
Começa assim: "Decidido. Se Deus continuar a dar-me vida e saúde publico o livro que estou a acabar este ano, um último que fechará a minha obra em dois mil e onze, reúno as crónicas que não foram coleccionadas em um ou dois volumes e calo-me a partir do dia em que o tal livro de dois mil e onze sair." António Lobo Antunes dixit.
Uma declaração de intenções de um escritor que quer deixar "as coisas acabadas", já que conclui que se aproxima do fim e considera que "com o par de livros que acima mencionei o meu trabalho fica redondo". Depois dessa meta, dispõe-se a continuar a escrever, como ele próprio diz, "clandestinamente". Queria "mudar a arte da escrita" e conseguiu. Um escritor para quem "os livros são a minha razão e a minha vida".
Abstenho-me de transcrever mais passagens desta magnífica crónica, porque considero que merece ser lida na íntegra, mas não podia deixar de a referir aqui. Uma declaração de fim de carreira, aparentemente bem planeada, mas que, mais para o final da crónica, resvala de novo para a necessidade irresistível de Lobo Antunes de contar histórias, de se deixar levar pela força da sua escrita, pelo seu lado de escritor. Leiam! Vale a pena! E já agora comentem, porque eu fiquei sem palavras.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Prémio "Vale a pena acompanhar este blog"



E eis que nestas lides de "bloguista" dois outros companheiros de viagem decidiram atribuir a este blog um prémio, ainda para mais um prémio pleno de cores e sonhos! Não estava à espera, mas muito obrigada e espero conseguir manter o blog à altura do prémio atribuído. Obrigada Flicka ("Mil Livros, um Sonho") e Sandra ("Vidas Desfolhadas"):
As regras são as seguintes:

1. Exibir a imagem;
2. Linkar o Blog do qual recebeu o prêmio;
3. Escolher 15 Blogs para entregar os prémios e avisá-los.

Agora o mais difícil (escolho apenas 9, porque ainda não consegui conhecer bem e acompanhar 15 blogs) - os meus nomeados são:

1. Ao Sabor dos Livros
2. Estante de Livros
3. ...viajar pela leitura...
4. Floresta das Leituras
5. Na Companhia dos Livros
6. Chocolate para a Alma
7. Os Livros
8. Vidas Desfolhadas (retribuo porque merece)
9. Mil Livros, Um Sonho (retribuo porque merece)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Uma Villa em Itália


O título... interessante… e eis que desperta a minha paixão por Itália e a minha veia classicista... Leio a contracapa e encontro esta frase "Quatro pessoas aparentemente sem nada em comum vêem o seu nome mencionado no testamento de uma mulher que não conhecem. Quem foi Beatrice Malaspina e porque exige que compareçam na sua villa em Itália?" E fiquei conquistada!

Comprei o livro e coloquei-o na minha longa lista de espera. Mas, um destes dias, uma segunda-feira chuvosa, escura, em que o meu estado de espírito ameaçava entrar em colapso, solidarizando-se com a intempérie, olhei para a estante em busca de um pouco de sol (acho que nunca senti tanto a falta do sol como este ano!) e encontrei esta villa em Itália. Decidi-me de imediato. Precisava de sol, de luz na minha alma. Descobri um enredo interessante, personagens que, pelos mais diversos caminhos, nos vão sendo apresentadas, tendo como destino a Villa Dante (até o nome da villa me fascinou).

De facto, um livro interessante, quente, acolhedor, com pinceladas de mistério e até de alguns momentos de angústia, tudo bem encaminhado… mas, a poucas páginas do fim, perde o fulgor e o desfecho precipita-se, quase que diria que se despenha. Um enredo como este merecia um final à altura, menos simplista. As próprias personagens mereciam mais. Foi este o sentimento que me invadiu, quando acabei de o ler. Esperava mais...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O Jardim Encantado


Uma capa fascinante, de cores vivas, uma história mágica, personagens especiais, tudo mexido num caldeirão de palavras, enredadas por encantamentos e eis que temos uma poção irresistível - O Jardim Encantado.
Uma macieira com personalidade própria e frutos proféticos, uma curiosa personagem que oferece os mais insólitos presentes sem saber bem porquê, uma cozinheira com mãos de fada... e alguns obstáculos a ultrapassar fazem deste livro um prazer. Gostei do enredo, mas fascinou-me sobretudo a particularidade de cada uma das personagens. Até nas aparentemente mais banais é possível encontrar laivos de singularidade.
Li este livro no Verão, mas é um livro que nos traz energia e sol ,no dia mais sombrio e invernoso. É também um livro de afectos...
Nunca tinha lido nada desta autora, mas fiquei curiosa por conhecer mais de Sarah Addison Allen.